domingo, 26 de setembro de 2010

Destroços

E ele parou
Na mesma esquina
Úmida
De pedra
Dura
Olhou ao redor
Para seu mundo desabando

Pedra a pedra

Ela se juntou a ele
No desespero
Na dúvida
E inquietação
Dançaram e choraram

Lágrima a lágrima

Eles correram por entre os destroços
Recolhendo pedaços de suas vidas
Pulando os muros da proibição
Contornando cercas da vergonha
E sangraram

Gota a gota

Nada fora como os sonhos
Os anseios e profundos desejos
Nada fora uma primavera de bailes
Ou um verão de alegrias
E quando finalmente perceberam o mundo ao redor
Ele caiu

Pedaço a pedaço

E tentaram fugir
Se esconder
Daquilo que eles próprios haviam criado

Sonho a sonho

Fugindo daquilo que haviam construído
Construíram aquilo que os havia destruído
Escolhas

Pararam então
Sobre as ruínas de seus ideais
E tiveram que escolher caminhos
Vidas
Mundos

Para, quem sabe, destruí-los novamente